Alcoolterapia: A fuga inconsciente da realidade.
A euforia e a "alegria" transbordam do meu ser. Um copo e outro e mais um para não findar o êxtase desse momento que deveria ser eterno. O álcool é minha companhia predileta e não posso, não consigo mais abrir mão desse meu amigo líquido que dá sentido ao meu viver.
Sou ainda um adolescente. O que importa! Meus amigos todos também compartilham da alcoolterapia. Ele não faz mal a ninguém, pois, do contrário, seria colocado na ilegalidade. Ademais, paro quando me der na telha. Só se afunda no vício quem é fraco!
Com dezoito anos, já sou um rapaz responsável, mas domingo não dá para esticar muito a bebedeira, pois na segunda não dá para trabalhar com a ressaca, efeito colateral de horas de prazer fruto dos vapores alcoólicos.
Sábado podemos virar a noite emendando ao domingo que é uma extensão natural do dia anterior. Até que o cansaço venha nos exaurir as forças físicas e a cama nos atraia como um ímã.
Já experimentei a cocaína, mas não quero ser apontado como drogado pela comunidade. Prefiro estar ao lado da maioria no bar nosso de cada dia onde as mágoas podem ser afogadas sem que a culpa nos faça companhia.
O cigarro é um amigo dos momentos de ansiedade, mas também não faz tanto mal assim, pois continua na legalidade. Eu o uso com moderação, pois às vezes tenho tosses persistentes por causa da minha bronquite mal curada dos tempos de criança.
O crack, que consumi uma única vez, é um pancadão, mas, segundo alguns, ele pode levar à indigência, embora eu tenha amigos que o usam regularmente.
Ele, como a cocaína, é muito mal visto socialmente e, ao meu ver, esse é o maior problema. Ser cancelado, apontado ou taxado de drogado não está nos meus planos.
Então, o álcool é a opção que me resta. Ele une pai, mãe, irmãos, primos e todos vivem de maneira "saudável". Minha família toda é adepta da alcoolterapia há décadas e ninguém caiu na indigência.
Vamos brindar à vida??
Francisco Lima
Bom dia!!
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