A metamorfose de Aroldo.
Adepto do espiritismo, Aroldo sempre se gabou de usar a razão nas mais comezinhas questões da vida. Nas discussões filosóficas com amigos e confrades sempre ressaltava:
- A razão é o que nos dá clareza para enxergar as questões da vida do jeito que são. As paixões e as emoções, sem o crivo da razão, podem nos cegar.
Os amigos ainda tentavam argumentar:
- Mas há situações em que a razão pode ser suplantada pela emoção. O lado emocional pode deixar a razão meio que suspensa.
-Isso acontece com quem se deixa levar pelas emoções. Uma pessoa racional, como eu, não corre esse risco.
Mesmo tendo curso superior, Aroldo, talvez, não estivessse levando em conta todos os aspectos de uma questão que pode envolver fatores inconscientes e incontroláveis do ponto de vista prático.
O tempo passou e 2018 fez um estrago nas concepções de Aroldo, pois movido pelas conveniências e por fatores ligados a supostos valores morais ancestrais e familiares, ele não só ajudou a eleger um candidato contrário a tudo o que ele pregara até então, como passou a defendê-lo em todas as contendas políticas.
O Aroldo racional morreu e nem se deu conta disso. Em seu lugar , nasceu um Aroldo maís emocional, mais irrascivel e até mais intolerante e intransigente.
Será que esse novo Aroldo nasceu nesse contexto ou já existia latente dentro do outro Aroldo?
Será que o outro Aroldo supostamente racional também não tinha seu grau de intolerância?
Será que esse novo Aroldo surgido das circunstâncias de um país dividido vai favorecer mais o crescimento do espírito Aroldo?
São diversos os paradoxos e muitas as questões, mas fiquemos por aqui, por enquanto.
Seja como for, em maior ou menor grau, todos temos um Aroldo dentro de nós.
E vocês, já conheceram algum Aroldo nesse momento paradoxal em que vivemos?
Francisco Lima
Bom dia!
L

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