Carlos encontrou a felicidade na GRATIDÃO
Carlos estava revoltado, pois descobriu que tudo que vivera até então não passavam de mentiras sucessivas. Seus pais não tinham o direito de esconder a verdade dele durante tanto tempo. Desabafava com João:
Eles tinham que ter me contado antes. Agora estou sem chão.
Mas os anos passam e vai ficando cada vez mais difícil. Pensa nas coisas boas que eles lhe propiciaram. Eles não tem sido bons pais?
Nesse aspecto não tenho do que reclamar. Sempre foram carinhosos, amorosos, atenciosos…
Então, Eles fizeram tudo o que podiam.
Mas me privaram do direito de me conhecer. De saber quem sou eu.
Um erro não pode ser mais importante que tantos acertos. Pensa bem.
Tá bom amigo! Vou avaliar melhor a situação.
Com vinte e cinco anos e todo o conforto que o dinheiro é capaz de comprar, Carlos era vaidoso demais para se colocar num papel de órfão. De uma hora para outra descobriu que tudo o que possui: Nome, títulos acadêmicos, familia, amigos, posição social... tudo não têm tanta importância assim.
Será que todas essas coisas lhe pertenciam mesmo ou foram concedidas por caridade a um órfão ?
O orgulho dava péssimos conselhos a Carlos e ele botava em dúvida até suas conquistas pessoais. Teve que estudar muito para se formar em direito, fazer o mestrado e agora estava prestes ter o merecido título de doutor.
Carlos foi morar um tempo com a avó, emprestada também, como tudo em sua vida, mas a serenidade de Nice, após alguns meses, fez- lhe refletir com mais clareza:
Apesar do erro que cometerem, meus pais não fizeram nada com intenção de me magoar. Tudo que aconteceu foram consequências de não quererem me magoar.
E Carlos seguiu o sábio conselho de Vovó Nice e do amigo João:
Vou ter GRATIDÃO por tudo o que os meus pais me proporcionaram. Devo ser grato ao esforço que fizeram e empreenderam para que eu possa ser uma pessoa de bem.
E Carlos passou a viver melhor quando decidiu que o orgulho não mais guiaria sua vida. Gradualmente ele foi sendo substituído pelo perdão e, principalmente, pela GRATIDÃO.
E você tem sido grato por tudo que a vida lhe proporciona ?
Francisco Lima
Bom dia!

Temos que ser. Carlos errou quando pensou que não merecia tudo que conquistara. E quem foi que conquistou? Ele, com todo o suporte de vida que seus pais lhe deram. Nada lhe fora emprestado: pai, mãe, avós. Todos o receberam com amor. Talvez ele nem fosse conhecer esse sentimento se não fosse adotado. Poderia ter passado a infância em orfanatos, sendo-lhe negado a bênção de uma família. Não entendo muito essa reação que usualmente certos filhos adotivos têm. Procuram problemas onde não há, mortificam-se e se privam de ser felizes e agradecidos a quem os recebeu com tanto afeto. Somos o que fazemos. Carlos não se sentir merecedor de tudo que conquistara demonstra desconhecer isso. Somos nós que escrevemos nossa própria história. De onde viemos, é um fato que não podemos dominar ou mudar, mas no que nos tornamos, sim. E devemos ser gratos à vida quando ela nos dá oportunidades de realizações. De podermos crescer. De sermos mais do que estamos sendo. Carlos só tem motivo para ser grato. Por um minuto que tenha sido sua dúvida, não passou de ingratidão. E deveria pedir perdão a todos e a si próprio por ter permitido sentimento tão egoísta tomar conta do seu coração, por mais ínfimo o tempo que permanecesse nele. Carlos, corra pra descomplicar a vida, e solte fogos e cante e dance, homenageando a vida que lhe tem sido tão boa!
ResponderExcluirAh, mas a pergunta foi se eu tenho sido agradecida por tudo que a vida me proporciona. Respondo que sim. Considero-me até privilegiada por tudo que tenho. Devo ter merecido. A vida sempre foi boa para mim. Deu-me bons país, cheios de histórias difíceis, como as minhas, as suas e as de todo mundo. Os valores que passaram para mim nortearam a minha vida. Tive amigos sempre no decorrer dessa minha andança terrena. Como são preciosos! Sou-lhes profundamente grata. Como filha única tive muitos tios, primos, irmãos, avós emprestados. Que bom que os tive! Fizeram minha infância e adolescência felizes. Apaixonei-me, amei, ganhei e perdi como é natural nessa dança da vida. Tive três filhas, oito netos, ajudei a criá-los, agora são moços e moças construindo pelo caminho o que colherão mais tarde, no chamado futuro (que nunca chega). Que construam a vida mais bonita que puderem.
ResponderExcluirE eu? Como não ser grata? Sou um ser que ama. Sou feliz por isso. Por não entender nada da vida, mas agradecida pelo que tenho. A vida não me poupou tristezas, mas deu-me a força necessária para enfrentá-las. Deu-me momentos e pessoas maravilhosas e inesquecíveis. Sim, sou grata.
Minha amiga! Como gosto de você! Como admiro seus comentários e penso sempre o seguinte ditado: As vezes a emenda saí melhor que o soneto. Nada mais apropriado para esses comentários para o meu singelo texto.
ExcluirPs. Não sabia que você era filha única. É bom ser filha única ou sentiu falta de irmãos?
Sempre quis ter irmãos. Desde criança implorava por isso. Por sentir essa carência, sempre pensei em ter mais de um filho. Vc termina só. Seus pais se vão e fica vc sem ter com quem dividir essa perda. No dia em que minha sogra morreu, no caminho para o jazigo ele e as duas irmãs seguiram abraçados. Até senti-me posta de lado, mas entendi. Isso só confirmava o que sempre pensei: só eles sentem essa mesma dor. E as alegrias também são dividas, é claro! Nunca me contentei com "tudo o que tem é só pra vc!" Tudo o quê? Se a magia dessa vida são as pessoas?
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