Dona Amélia e a culpa.

 



Arthur não tinha liberdade, pois vivia sob a vigilância constante da esposa, Amélia que tencionava um controle absoluto do marido, dos filhos, de todos ao seu redor. Assim, os focos de tensão não eram poucos: 


  • Você não pode querer controlar todo mundo Amélia. Para ser feliz você precisa buscar ajuda profissional. 


Arthur tentava convencer a mulher a fazer tratamento psicológico pela enésima vez. Ela porém, tinha respostas padrões messes momentos: 


  • Eu não tenho nenhum problema. Só quero proteger o que é meu e não vejo nada de errado nisso.


  • Como assim Amélia? Você não pode se considerar dona das pessoas. Nenhum ser humano é propriedade do outro.


  • Você arrumou outra pessoa e está querendo se livrar de mim não é? Pois as coisas não são tão simples assim. 


  • Não é nada disso Amélia! Só quero te ajudar.


E a conversa já tinha terminado na choradeira de Amélia que sempre usava o subterfúgio de tentar insuflar a culpa no marido. 


A culpa que pode estar em nossa sombra, mas de que habilmente nos utilizamos para vergastar o outro e sairmos de vítimas, um papel cômodo que insistimos em representar.


Dona Amélia tinha uma culpa inconsciente, pois vinha tendo sonhos constantes nos quais era ardentemente possuída e amada por um cavalheiro que não era seu marido. E ela adorava esses momentos e os esperava com muita expectativa. 


E a vida daquela família seguia sem muita novidade, mas quanto mais  a culpa inconsciente se apoderava de dona Amélia, mais controle ela tentava exercer sobre todos e tudo ao seu redor. Buscar tratamento especializado ainda não estava em suas cogitações.


Quantos males não se avolumam sem necessidade por causa da nossa teimosia?


Quantos de nós não temos uma "dona Amélia" em nosso interior e não nos damos conta disso?


E você? Conhece alguma dona Amélia? 



Francisco Lima


Bom dia!!







Comentários

  1. O sentimento de culpa pode nós levar a ações e reações inimagináveis. E somos atraídos a nos culpar de alguma forma. Temos que ser mais condensendentes para conosco. Entendermo-nos, e assim, perdoar-nos. Nos conhecendo iremos mais facilmente perdoar o outro, com a compreensão de que somos imperfeitos. No caso aqui ela não reconhece isso e passa a machucar o outro querendo controlá-lo. Pune o outro porque não aceita seus medos, seus desejos. Projeta no outro um erro (ela considera) que é seu. Isso é estar fora da realidade e do conhecimento humano.

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    1. Minha amiga está de volta. Senti muita falta dos seus comentários.

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