Diário de um favelado (curiosidade)
21 de fevereiro
Minha mãe nunca se apegou a nenhuma religião, mas costuma, de acordo com a vontade e às suas conveniências frequentar missas e até cultos evangélicos. Porém, nunca se comprometeu.
Eu sou um crítico das religiões, principalmente quando vejo que os interesses materiais (e mundanos) estão acima da busca interior que a religião deve propiciar.
estou falando de pastores" que abrem uma igreja com o fim de se enriquecerem, mas também daqueles que buscam a igreja como forma de passar o tempo, de se entreter.
Dona Neusa frequenta uma igrejinha fundada pelo pastor Luiz (que sequer terminou o ensino fundamental) e ele já disse que busca a riqueza mesmo e que Deus quer que todos sejam ricos:
- Só o demônio deseja a miséria de vocês! Por isso, deixe a mesquinharia de lado e contribua com seu dízimo mensal para atrair a riqueza na vida de vocês.
Na primeira vez que fomos na igreja do pastor Luiz, minha mãe ja viu que teria que abrir mão de parte do pouquinho que ela ganha para sobreviver. Ou seja, teria que aumentar um pouco mais sua miséria e alimentar o sonho de grandeza do "pastor Luiz".
- Deus te dá em dobro depois amiga!
Disse dona Neusa.
- Aos que não dão tudo será tirado!
Disse outra vizinha frequentadora da mesma igrejinha.
E existia uma "lista negra" daqueles que, supostamente, não queriam dar sua contribuição.
Essas pessoas eram os principais alvos das fofocas das comadres faladeiras que iam para as igrejas para botar as "novidades" em dia.
E a fofoca rolava solta na igreja católica, em outras igrejas evangélicas e até mesmo no distante centro espírita, para o bom observador como eu, os focos de intriga não ficavam ocultos.
Acho que isso é próprio do ser humano. Onde quer que hajam grupos, lá estão as panelinhas, e, como consequência, as intrigas.
Minha mãe conheceu o espiritismo por meio de um trabalho assistencial de distribuição de cestas básicas (eles priorizam a caridade), pois uma colega dela que também é assistida. Ela foi indicada por essa colega.
Eles lêem bastante e indicam leituras básicas para os que tenham interesse de conhecer a religião. Como gosto de ler, andei folheando "o livro dos espíritos" que foi ofertado à minha mãe.
Ela, apesar de inteligente, nunca se interessou por leitura e sequer abriu o livro lhe fora dado.
Algumas de suas colegas até lhe disseram que se tratava de uma obra do demônio.
Então, ela já tinha um pretexto forte para nunca olhar para o referido livro.
Já eu fiquei ainda mais interessado pelo tal "livro dos espíritos" quando percebi o quanto ele é combatido.
É filosofia pura! Depois falarei mais dele!
Me sentindo curioso !
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