Diário de um favelado ( A esperança bate à porta)

 

15 de fevereiro

Vejo tanta miséria, tanta gente desamparada pelo destino, mas ainda acho que a vida é um presente que Deus nos deu. Na riqueza é na pobreza é possível se encontrar pessoas infelizes, o que demonstra que não é o dinheiro que  traz a felicidade. 

Um jovem bonito, aparentemente rico, embora sem querer ostentar nem demonstrar ostensivamente sua condição estava visitando a favela. Imaginei ser um daqueles usuários de substâncias tóxicas que decidiu comprar o produto direto da fonte.

Mas não era isso. Ele tinha intenções nobres.

Foi até a escola para conversar com Dona Teresa, a diretora, pois não é prudente ficar vagando sem rumo pela favela. Como fiquei sabendo do assunto tratado, vou reproduzir o diálogo aqui:

- Bom dia! Meu nome é Marcelo e gostaria de saber sobre projetos sociais na comunidade.

- Bom dia! Me chamo Teresa, mas acho que não sou a pessoa indicada para lhe ajudar, embora conheça bem as demandas da comunidade.

- Só queria saber se há algum projeto de esportes por aqui. 

- Até onde sei, não há nada além da escola.

- Então estou no lugar certo.

- Más o senhor deve falar com a associação de moradores.

- Sim. Estou sabendo. A senhora sabe onde fica. 

Dona Tereza escreveu o endereço num papel e deu ao jovem que agradeceu e saiu em seguida. 

Será que, finalmente, vamos ter um lugar para as crianças praticar esportes depois da escola?

Um centro social e esportivo é o sonho que muitos de nós acalentamos. Só de pensar na ideia já fico eufórico.

Me sentindo esperançoso!