Vamos fazer nossa metamorfose?
Muitas vezes, justamente quando as dificuldades batem à nossa porta e a vida nos parece difícil é que estamos passando pelas transformações necessárias ao nosso crescimento como ser.
Voltar-se para dentro pode gerar inquietude, desconforto e outras coisas inerentes a todo processo de mudança.
As turbulências geram ondas até que venha a calmaria que vai gestando um novo ser. A natureza nos dá exemplo dessa mudança, mostrando que, como parte dela haveremos de seguir-lhe o exemplo.
Então, o desconforto da nossa lagarta (interior) só nos pede a paciência e a resignação necessários para que a borboleta possa alçar vôos cada vez mais altos.
Vamos fazer nossa metamorfose?
Quantas vezes preciso for. As fases que atravessamos na vida, nos leva a isso sempre. E vamos mudando(felizmente e) conforme nossa aprendizagem. Minha infância, por exemplo, foi muito solitária. Cresci cercada de adultos adoráveis, mas sentia falta de alguém pra brincar. Via as coleguinhas com irmãos/irmãs e também queria. Era a menina meiga, obediente, educada, que andava em casa de sapato e meia pro pé não alargar. Vestidinhos lindos acompanhavam os sapatos. A adolescência é questionadora, impossível ddeter a empolgação e a curiosidade. Desde menina observava as diferenças sociais. Claro que não sabia o termo do que via. Mas sentia a diferença entre eu e alguns. Isso me incomodava. E escrevia. Comecei com 14anos a participar dele movimentos estudantis. Entrei pro PCB levada por um amigo. E ali encontrei minha turma. Não era mais sozinha. E foi o melhor período da minha vida. Aos dezesseis anos conheci o amor. Casamos cinco anos depois e nos separamos nove meses depois. Virei lagarta outra vez. Havia conhecido ele em 64, onde já nos oprimia uma ditadura. Perdi amigos, permaneceram alguns. Amadureci cedo pois fui mãe quando os/as colegas já faziam o cursinho para a faculdade que só fui fazer anos depois. Um casamento com relação já desgastada, quando li que haveria concurso para professor, morava em Belo Horizonte. Larguei o amor, casa e vim pro Rio trabalhar e cuidar da filha que nasceu depois de uma gravidez sozinha e sofrida. Na época achávamos que íamos mudar o mundo, isso levou-o à prisão e ao asilo político. Só voltou cinco anos depois, eu já estava morando com meu atual marido. Pra vc ver que enfrentei tempestades e sobrevivi. Muito fácil aos 22 anos, né? A volta dele ao Brasil não foi conforme ele esperava, eu não estava no aeroporto. O atual marido ciumento ( ou inseguro) dificultou-me. Estávamos nos na Bahia a passeio. Amigos fomos desde sempre. Ficou o carinho, o respeito, o afeto. Até ele falecer em 2018. Hoje estou casada há 48 anos, três filhas, oito netos e a certeza de que não sei nada, no máximo pouca coisa. E vc tem acompanhado minha história atualmente. Foram-se as certezas, ficaram só incertezas, antes tinha respostas, hoje só perguntas. Depois de tanta metamorfose, a borboleta já requer dificuldades pra voar, mas ainda anda devagar, carregando as lembranças que me nortearam a vida. Essa realidade de hoje está distante de mim, já nem tento entendê-la, que a entendam e a transforme vcs que aínda têm muito tempo para vivenciá-la.
ResponderExcluirNão me arrependo de nada. Fiz o que podia com as ferramentas que tinha. Amei sempre e assim continuo. A única certeza que me ficou é que se há uma resposta para tudo, é amor. É ele que nos salvará. E sem querer fui falando de mim narrando o que me vinha à mente, sem pudor, mas felizmente me abri com quem confio. Sempre fui muito boa em conhecer amigos/as.
. História maravilhosa a sua. Você cresceu muito, apesar das dificuldades que passa nesse momento, viveu as utopias da juventude dos anos 60 e ,70. Eu gostaria de ter vivido tudo isso, mas, como você sabe, sou de uma geração posterior. Minha amiga, você está se transformando numa linda borboleta, pode acreditar nisso.
ExcluirNossa vida é uma constante metamorfose, eu desde que me intendo por gente, estou em continua evolução. Ainda não sei
ResponderExcluirquase nada, só tento ser uma ser um ser humano melhor e de bom exemplo. Muita gratidão à vida, por tudo que vivi, nunca em nenhum sonho, imaginei de merecer tanto.