Desequilíbrios gerados pela ingestão exagerada de álcool.
A busca pelo equilíbrio é uma tarefa árdua e diária que exige de nós um esforço diário, disciplina e foco constantes. Assim, quando em uma confraternização cometemos qualquer exagero momentâneo, é natural que tenhamos a sensação de que perdemos uma pequena batalha naquele dia.
Sempre me refiro à culpa como algo inútil, mas ela vem para nos avisar que determinados comportamentos já não combinam com a pessoa que aspiramos nos tornar.
Um exagero alimentar com a ingestão excessiva de carne e gordura nos deixa empanturrados e até mesmo com dores no estômago ou sensação de mal estar.
É o corpo respondendo por aquela ação impensada de comer além da conta. Nesse caso, no meu modo de ver as coisas, não terão maiores consequências, pois o corpo volta a funcionar normal e a disciplina de se alimentar razoavelmente bem, para quem já a está buscando se impõe e vamos seguir em frente com o mesmo peso e forma física.
Quando o exagero é alcoólico, no entanto, o buraco é mais embaixo. Penso que o álcool (o efeito dele) tende a diminuir nossas barreiras vibratórias e então ficamos bem mais vulneráveis a influências de vários tipos.
O efeito do álcool pode levar a outras implicações, como por exemplo, de natureza sexual e outras coisas mais. E ainda há pessoas que (hipocritamente) afirmam que álcool não é droga.
Sendo a droga mais consumida e tolerada socialmente é natural que esse rótulo de "legal" seja ostentado por aqueles que não querem ser taxados de alcoólatras e, muito menos ainda de drogados.
Mas é evidente que o exagero alcoólico vai nos empurrando (como sociedade) para um buraco cada vez mais fundo, pois são milhões (chegam a dezenas de milhões aqueles que dizem beber socialmente), de pessoas que não tem autocontrole quando começam a beber.
O primeiro gole aciona uma vontade insaciável de beber que não vê limites nem na embriaguez total. No dia seguinte o fígado está pedindo socorro, a cabeça dói horrores e o mau humor e a indisposição nos deixam na lona.
Nesses momentos não temos disposição para fazer nada e compromissos corriqueiros e de trabalho podem exigir de nós um esforço hercúleo, mas tem muita gente que consegue ir levando mesmo assim.
E ainda não falei da vergonha de eventuais vexames que possamos ter cometido quando a inconsciênca da "não droga" alcoólica nos tomou por inteiro.
Eu Já cometi muitos exageros nessa área e, apesar de nunca ter ficado inconsciente, já me afoguei no álcool muitas e muitas vezes. Hoje não acho nada lisonjeiras as memórias desses porres homéricos.
Sinto que para além dos efeitos físicos (que já são extremamente desagradáveis) há uma baixa (perda) significativa da nossa vibração. O nosso equilíbrio precário a custo conquistado vai por água abaixo e temos que recomeçar um trabalho vibratório interno.
Mas isso tudo serve como aprendizado e não desejo convencer ninguém dessa minha constatação. Só sei que em mim vejo isso como uma verdade e, consequentemente, essa é uma das batalhas da minha vida.
Não dá para fazer concessões, já que estou em busca do equilíbrio interno. Evitar o primeiro gole é uma das batalhas que tenho que travar comigo a partir de agora.
Vamos nessa comigo ?
Hoje eu tomei uma taça de vinho. Dizer que não altera nada é querer tampar o sol com a peneira. Mas uma taça nós relaxa e é bom. Meu organismo sabe o que posso tomar e quanto. Brincadeira? Não é. Ele trava, é engraçado isso. Mas como vc, conheço muita gente que "bebe socialmente". E dá vexame. Gente que consegue beber o dia inteiro, mas é claro que inteira ela não fica. Tudo é motivo pra bememorar: a praia, a tarde, a noite, a festa, o pôr do sol... Tenho gente que me é próxima assim. Vc nunca sabe se está sóbria. E é incômodo ficar junto porque pra vc que tá careta, não tem graça nenhuma, sua alegria não consegue ser tão esfuziante, a conversa não pode ser levada a sério porque amanhã tudo pode ser repensado. E pra quem sobra, fica um sentimento que dói: vergonha alheia. A bebida, falo dos alcoólatras, deixa a pessoa fragilizada, ela perde sua dignidade. Na rua em que morei, tinha um homem chamado Cantor. Nunca soube o nome certo dele. Cuidava de algumas casas do condomínio cortando grama. Às vezes não trabalhava por ter bebido. Sua aparência era feia. Certa vez tive a felicidade de vê-lo caminhar bem vestido, calça jeans, blusa com colarinho, tênis. Tinha parado de beber. Levava uma bíblia na mão. Bendita bíblia! Fiquei boba ao perceber que ali estava outra pessoa: limpa, ereta na postura, penteado. Outra pessoa. E é isso que a bebida exagerada causa: a perda da dignidade. Posso contar aqui várias histórias e o final é sempre o mesmo.o comportamento de todas elas é igual. Ou igual é a impressão ruim que nos passa.
ResponderExcluirMas sem exagero, beber vez ou outra por prazer e mesmo sabendo que vai relaxar, abrir a guarda, às vezes faz bem. Tem que haver o momento.
Eu havia escrito pra vc: "já bebeu seu vinho hoje? Eu já." Aí, sei lá, achei que poderia não ser bem interpretado e apaguei. Gosto de um vinho. Quem sabe algum dia ainda haveremos de brindar a saída do Bolsonaro com uma grande taça de vinho?
Como sempre, há que se considerar a quantidade, ou seja, em que nível a coisa te afeta. Beber uma taça de vinho de vez em quando, é óbvio, não vai fazer mal a ninguém. Mas o desequilíbrio está na perda do controle e até da autonomia como ser humano. Isso é o que vemos muito por aí. Um ótimo dia pra vc minha amiga!
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