Recordações..

 Olhando uma foto de 25 anos atrás me veio à memória tudo o que vivi naquele ano de 1997. Foi, de fato, um ano chave na minha conturbada existência. A partir desse ano começou a se materializar, de fato, uma busca que iria dar frutos 14 anos mais tarde.

Foi em 1997 que fiz um pré-vestibular que foi um divisor de águas na minha vida. Ali, naquele curso, eu entendi que meu ensino médio havia sido deficiente em alguns aspectos. Eu percebi no curso que sabia muito pouco ou quase nada de ciências exatas.

Porém, esse curso mostrou minha paixão pelas ciências humanas. Foi lá que passei a gostar de história com o excelente professor João Roberto e também, mesmo não tendo essas disciplinas no curso, passei a entender melhor as fronteiras entre a história, a sociologia, a filosofia.

As ciências humanas me franquearam  um outro caminho onde, quem sabe, eu pudesse vislumbrar um futuro longe da empresa onde trabalhei por décadas, mas que nunca me senti realmente seguro.

Paranóia?

Talvez, mas o fato é que muitos colegas eram demitidos e isso se acentuou de maneira absurda após a privatização do sistema Telebrás em meados de 1998.

Eu trabalhava na Embratel, uma grande empresa do sistema Telebrás, mas que passava por um momento de reestruturação e de extrema insegurança para todos os que lá trabalhavam.

A faculdade de história teve que esperar um pouco... Milhares de demissões, privatização batendo à porta e centenas de funcionários buscado um curso técnico para alcançar um posto onde pudessem ser preservados no pós privatização. 

A corrida pelos cursos de técnico em telecomunicações na escola do sindicato dos telefônicos foi grande. No setor onde eu trabalhava a grande maioria dos funcionários aderiram a essa busca frenética. Eu, que já estava prestes a ingressar numa faculdade de história, adiei esse meu projeto para fazer o tal curso técnico que, afinal de contas, não era garantia de nada.

Muitos colegas fizerem o tal curso, mas não buscaram ou não conseguiram espaço para se encaixar dentro da empresa em uma função técnica. Quase todos os colegas que trabalhavam comigo no setor de informática foram demitidos. 

Tive uma sorte diferente por ter buscado e conseguido um lugar na empresa para exercer a função de técnico em telecomunicações. 

A área para onde fui era o filé mignon da empresa e dava rios de dinheiro para seus novos donos. Porém, a cobrança era enorme e tinha que aprender muita coisa o tempo todo.

Tudo isso me veio à mente por causa de uma fotografia. Como as lembranças afloram...

Depois fui estudar história, mas esse já um outro assunto, o princípio de um novo projeto de vida...


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