As aventuras do sexteto da alegria

 As aventuras do  sexteto da alegria 


  • Vamos lá Pyerre, passa logo essa bola. E tibum! Mais uma vez o estolvado menino acertou em cheio na altura do tórax de Maria Clara. 

  • Ai meu p…... você tá louco Pyerre?

  • Mas como é que eu vou te queimar jogando a bola feito uma "mocinha"?

  • Além de indelicado é machista!

Nessas alturas, todo o sexteto já estava alí, ao redor de Maria Clara para ver se o "estrago" foi grande. 

Nada além de  um tórax vermelho feito tomate e uma dorzinha na mama esquerda. Isso já havia acontecido algumas centenas de vezes com a estabanada Maria que, geralmente, não conseguia agarrar uma bola. 


Mais uma vez o trio feminino amargou uma acachapante derrota, mas elas jamais desistiam e treinavam bastante para um dia ganhar do "trio dos folgados".


Apesar das doloridas boladas e dos reiterados debates sobre a importância da mulher na história e o machismo estrutural da nossa sociedade,  aquele sexteto de amigos não se largava nunca.


 Viver juntos vinte e quatro horas por dia era o sonho acalentado por eles ( elas), pois só se verem  na escola lhes parecia totalmente insuficiente, já que havia um elo muito forte os unia.


 Gabriela, inicialmente,  era a mais retraída do grupo dos seis. Principalmente nos primeiros anos do ensino fundamental, mas com o tempo vai desabrochando e saindo do casulo. Uma linda e tagarela borboleta se desenhava e era maravilhoso ver essa metamorfose.


Vamos apresentar os demais personagens do sexteto, pois até agora só se ouviu a menção de  Gabriela, Maria Clara e Pyerre. Eduardo é chamado de o "empático", pois é um ótimo ouvinte e está sempre assim preocupado com o bem estar dos amigos. Alguns o chamam "o sensível" também, mas ele não gosta de tais alcunhas. Prefere ser chamado apenas de Edu.


Ainda temos Miguel e Juliana que não se desgrudam desde a educação infantil. Ela disse sempre querer se casar com Miguel que compactuava do mesmo pensamento, mas o tempo passou e ambos são mais ou menos críticos do modelo tradicional de família que não considera os casais homoafetivos.


Às vezes Pyerre, o sacana, falava em tom de brincadeira:


  • Quando a gente crescer, podíamos morar todos na mesma casa ou quem sabe num apartamento na  beira do mar.


  • Não preciso de luxo. Só quero estar perto de vocês para sempre! Maria Clara parecia concordar com as tresloucadas ideias do amigo.


  • Mas como seria essa relação ? Gabriela viajava na imaginação.


  • De amigos, de amigos e algo mais…. Pyerre sugere de novo.


  • Mas nossas famílias iriam questionar. Edu se preocupava com esse futuro hipotético diferente dos padrões.


  • Mas até que seria legal. Miguel se posicionou e Juliana também concordou com ele.


  • Vamos viver intensamente o agora minha gente, disse Edu, o aprendizado  psicológico que o hoje nos proporciona.


E mais um dia de escola se passou naquele intenso e gostoso debate sobre o futuro do sexteto da alegria. Porém, como eles não se  desgrudavam, o grupo dos seis do watts zap iria bombar com o assunto levantado por Pyerre.


No próximo episódio tem mais.




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