Conversando com minhas vozes.

 


Hoje vivo um dia de cada vez, pois o desgaste psíquico nunca foi tão forte e a insônia volta  a ser um tormento quase diário. Mas alguém poderia perguntar:

- Mas Francisco, 2023 teve coisas boas apesar do extremo desgaste?

- Foi um ano profundamente profícuo e de aprendizados profundos, responderei, mas o desgaste chegou num ponto limítrofe.

- Mas a relação com os alunos foi desgastante? Uma das vozes mentais me pergunta.

- A relação com os alunos, paradoxalmente, teve ganhos significativos e, talvez eu nunca tenha crescido tanto e aprendido tanto nessa relação com eles.

- Mas, se houve ganhos significativos, não vale a pena continuar?

- Que vozes chatas! Tá bom. Continuar eu quero, a relação com os alunos tem sido terapêutica, mas....

- Mas o desgaste é grande?

- O desgaste psíquico tem sido imenso, quase insuportável noutras relações.

- A relação com outros educadores ?

- Exato. Muita intriga, picuinha e, o que muitas vezes é insuportável, o preconceito contra os alunos.

- Há preconceito contra os alunos?

- Vejo isso com muita clareza e fico muito aborrecido.

- Mas é só isso?

- Isso já não é pouca coisa né. Porém, há muita fofoquinha, intrigas, conversas atravessadas, silêncios repentinos..

- É complicado mesmo...

- juntando os desgastes físicos e mentais e a necessidade de tomar remédio para dormir e outras coisas.... não tenho mais paciência para certas coisas.

- Está cogitando um afastamento?

- Afastamento ou aposentadoria e procurar viver tranquilamente.

- E as relações sociais?

- Há muitas formas de manter relações sociais saudáveis.

- Então, você vai buscar relações sociais saudáveis...

- Em ONGs culturais, se possível.

- Boa sorte meu irmão! Estaremos sempre contigo.

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