Aceitação 2. A história de Romualdo.

 Menino rejeitado na infância, Romualdo, cresceu se achando menos que as outras pessoas e buscando ser aceito para viver melhor em sociedade. Viu no seu irmão, Marinaldo, um modelo legal e pensou:

- Ele é brincalhão e sacana e todo mundo gosta dele por isso. E Romualdo começou a adotar esse comportamento descontraído e brincalhão, mas não demorou muito para perceber que tinha características muito distintas do seu irmão.

 - Meu irmão exagera nessas brincadeiras! Não quero ser assim.

E Romualdo seguiu em frente, meio perdido, mas tentando se encontrar. As mulheres bonitas lhe atraiam muito, mas ele, apesar de ser bonito, não se via desse modo. Assim,  tinha medo de chegar perto de uma mulher e levar um fora daqueles.

- Eu não mereço uma mulher dessas! Ela é muita areia para o meu caminhãozinho! Esse pensamento é recorrente em muitos que passaram pelo drama da rejeição tal como aconteceu com Romualdo.  Ele sofria desse pavor de ser rejeitado e, por essa razão, não chegava nas mulheres, o que foi, equivocadamente, interpretado como timidez.

Mas, mesmo correndo das mulheres, elas chegaram até ele que passou por diversos relacionamentos fortuitos. Não teve as lindas mulheres  exuberantes que  idealizou,  mas outras que tinham outras  belezas menos perceptíveis, mas que tinham muito a contribuir no seu processo como ser humano. Mas ele continuou em busca de quimeras.


Tais relacionamentos, porém, eram sempre complicados, pois, para Romualdo, sempre faltava alguma coisa. Apesar da entrega e da paixão que as mulheres sentiam por ele, elas não sentiam a mesma entrega da parte do rapaz. Na verdade, ele nunca se doou por inteiro à ninguém, pois nele mesmo ainda havia muito por ser desvelado. Romualdo se achava extremamente complicado por não saber se relacionar bem com as mulheres e também com as pessoas em geral, mas não estava disposto, ainda, a buscar as razões que o poderiam levar à solução do seu complexo problema.

A ansiedade de Romualdo é monstruosa como efeito de tantas complicações e  ele produz milhões de pensamentos por minuto, gerando sofrimentos atrozes.

Será que Romualdo vai sair desse repetitivo enredo de sofrer sempre pelas mesmas razões? 

Vamos ver no próximo episódio.


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